A forma como a abordagem é feita pode ser determinante para o sucesso do problema em causa, é fundamental no nosso primeiro contacto com o paciente sabermos escutá-lo cuidadosamente, evitando qualquer tipo de julgamento e estereótipo, desde as pausas no nosso discurso à observação das expressões dos nossos pacientes, além do que, o facto de ser um tema ainda pouco abordado faz com que o conhecimento que exista dele seja escasso, sensibilizando-nos para um especial cuidado linguístico
Este tema é de extrema importância e atinge toda a população. As doenças do foro génito-urinário ainda são vistas, por grande parte de nós, como um assunto tabu e cabe-nos a nós, como profissionais de saúde, começar a desmistificá-los.
O períneo, também denominado de pavimento pélvico, é constituído por um conjunto de estruturas musculares e ligamentares localizadas na parte inferior da bacia, entre o osso púbico, o sacro e o cóccix. Estas estruturas devem ser devidamente exercitadas para se tornarem mais fortes e resistentes.
Como qualquer outra estrutura corporal, apresenta uma diversidade de disfunções que requerem uma avaliação e intervenção especializada.
Apesar de, por vezes, pouco conhecido, o períneo apresenta uma grande influência na qualidade de vida, tanto do homem como da mulher, assumindo um papel preponderante após a gravidez e na menopausa, no caso da mulher.
A incontinência urinária, incontinência fecal, prolapsos (descida dos órgãos), obstipação, alterações posturais, dores pélvicas ou disfunções sexuais são alguns dos problemas, cuja origem se encontra relacionada com alterações anatómicas da pélvis e enfraquecimento da musculatura do períneo.
Quando falamos em trabalhar o pavimento pélvico podemos estar a falar de trabalhar com uma grávida, num pós-parto, homens intervencionados cirurgicamente à próstata, alguma disfunção sexual ou mesmo trabalhar com uma criança. São várias as causas que podem levar um Fisioterapeuta a intervir no Pavimento Pélvico.
A realização de uma boa avaliação e conhecimento das estruturas e suas alterações é fundamental para um correto diagnóstico e consequentemente melhor tratamento, sendo que a existência de profissionais competentes e detentores de uma formação específica sólida e assente na mais recente evidência e guidelines é fundamental.
