O vácuo abdominal, visualmente bastante conhecido pela barriga para dentro, não passa despercebido a ninguém. Esta técnica muito interessante e peculiar potencia a musculatura abdominal profunda, incorporando não apenas o Low Pressure Fitness (LPF), mas também outros sistemas de treino, nomeadamente o Yoga.
Quando vemos alguém a fazer um vácuo abdominal, notamos uma enorme redução da cintura, mas é a imagem do “buraco” na barriga e a saliência das costelas que nos fica na cabeça, como se o executante estivesse no limiar da sua magreza.
Atualmente, existe um aumento desta prática, não apenas com o Low Pressure Fitness (LPF), mas também com outros sistemas de treino, como o 4-Point Tummy Vacuum Exercise, de Paul Chek.
Esta manobra de movimentação abdominal provém dos tempos idos do yoga, designada por uddiyanna bandha, cujo objetivo é a mobilização da barriga para trás, no final da expiração. Uddiyana significa voar para cima e bhanda contração. Simplificando, é uma contração abdominal forçada, que faz subir as vísceras e provoca uma depressão abaixo do diafragma”, a mobilização posterior referida anteriormente e o bloqueio abdominal nomenclado.
Essa contração, sendo intencional, não é a compressão abdominal que encurta o reto abdominal, usada no treino abdominal “tradicional”. O fundamento dessa mobilização visceral é o aumento da fluidez no corpo, associado a uma purificação fisiológica, complementada com alegorias.
Com o interesse crescente da comunidade científica pela ação fisiológica do uddiyana bandha, têm sido evidenciados benefícios no pós-parto, pela ativação do transverso abdominal e do diafragma, assim como
na força inspiratória e na flexibilidade.
O vácuo abdominal usado no Low Pressure Fitness tem mais propósitos, interagindo com as mecânicas articulares esternal, costal e escapular. O seu fundamento é a ativação do músculo grande dentado, aliado do diafragma, durante a apneia, que potencia a ação axial inferiorsuperior de toda a cadeia miofascial inspiratória, além da descompressão intervertebral. Desta aspiração, resulta um alongamento excêntrico, que aumenta o tónus de repouso da parede abdominal e do pavimento pélvico.
Ainda que na sua “juventude científica”, o LPF já tem estudos que revelam melhorias ao nível da incontinência
urinária, rendimento desportivo, redução de dores menstruais, com libertação miofascial, menores dores lombares, reabilitação do pavimento pélvico, melhorando a qualidade de vida e capacidade respiratória.
Acresce o interesse atual dos fisioculturistas em utilizar o LPF nas suas performances, dada a necessidade de
reduzirem o perímetro abdominal e de adelgaçar a cintura, transfigurando por completo a ideia de que o LPF é um sistema de treino essencialmente vocacionado para a reabilitação, depreendendo-se, assim, a sua multidimensionalidade.