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O que é?

Existe um espaço na face anterior do punho conhecido como canal cárpico onde o nervo mediano e nove tendões passam do antebraço para a mão. O síndrome do canal cárpico é a neuropatia compressiva mais comum em membros superiores, ou seja, ocorre quando o aumento de pressão dentro do canal causa compressão do nervo mediano. Quando a compressão é suficientemente elevada causa alterações na função nervosa, o que provoca adormecimento, parestesias e dor na mão e dedos.

 

Causas

Na maioria das vezes essa compressão do nervo mediano dá-se por inflamação e edema das estruturas no interior do túnel do carpo, no entanto a acumulação de substâncias como proteínas ou sangue também causam aumento da pressão dentro do túnel.

Em casos mais raros, esta compressão é causada pela compressão como consequência de tenossinovite dos flexores, quistos, osteófitos, aneurismas, hematomas, etc.

Sintomas

Os sintomas mais frequentes são dor, parestesias (“formigueiro” ou adormecimento) e/ou diminuição da sensibilidade nos 4 dedos inervados pelo nervo mediano (polegar, indicador, dedo médio e metade interna do dedo anelar). Estes sintomas geralmente têm um predomínio nocturno, mas podem aparecer durante também durante as actividades diárias, como guiar ou ler um jornal.

Numa fase mais avançada de compressão, pode ocorrer diminuição da força da mão e atrofia muscular, havendo queixas frequentes de deixar cair os objectos da mão

Fatores de risco

Os principais factores de risco para síndrome do túnel do carpo são:

  • Ser do género feminino
  • Obesidade
  • Idade maior que 50 anos
  • Artrite reumatoide.
  • Fractura do punho.
  • Gravidez
  • Diabetes
  • Lúpus.
  • Hipotiróidismo
  • Predisposição genética.
  • Fármacos inibidores da aromatase (usada no tratamento do câncer de mama ou ovário).
  • Mieloma múltiplo.
  • Distúrbios musculoesqueléticos prévios
  • Doenças cardiovascular
  • Alcoolismo
  • Sedentarismo
  • Alterações anatómicas (relação mão-punho)
  • Leucemia
  • Amiloidose
  • Sarcoidose
  • Mieloma múltiplo
  • Distúrbios musculoesqueléticos
  • Doenças cardiovasculares
  • Sedentarismo
  • Alterações anatómicas da mão
  • Tabagismo
  • Fatores hormonais (uso de contraceptivos orais, menopausa, paridade, histerectomia ou ooforectomia)
  • Trabalhos que requerem movimentos repetitivos, que induzem flexões e/ou extensões prolongadas ou que imponham pressão sobre mãos e punhos
  • O uso prolongado de canadianas ou cadeira de rodas
  • Esforços prolongados ao nível do punho ou exposição a vibração e/ou ao frio.
  • Actividades desportivas como o ciclismo e o ténis.

Os factores mencionados anteriormente aumentam o risco do síndrome do túnel do carpo, mas a doença pode surgir mesmo em quem não tem nenhum desses factores.

Diagnostico

Actualmente o diagnóstico e classificação são feitos pela eletroneuromiografia, sendo divididos em leve, moderada, grave ou extrema.

Tratamento

A abordagem do síndrome do túnel cárpico, na maioria dos casos, deve começar por uma tentativa de tratamento conservador. Quando os sintomas são muito intensos ou não melhoram, a cirurgia pode ser necessária para alargar o canal cárpico. Os objectivos desta intervenção são aumentar o espaço dentro do canal e diminuir a pressão sobre o nervo. Depois da cirurgia, a sensação dolorosa à volta da cicatriz pode persistir por algumas semanas ou meses. O adormecimento e o formigueiro podem desaparecer rapidamente, mas pode demorar algum tempo até a mobilidade do punho e da mão voltarem ao normal. Os sintomas podem, em alguns casos, voltar e o retomar de trabalhos pesados ou repetitivos pode ser causa de recidiva.

Tratamento de acordo com os graus de recomendação:

  • Grau alto: Cirurgia (liberação do ligamento transverso carpal) e/ou aplicação de uma injecção de corticoide (metilprednisolona)
  • Grau Moderado: Utilização de órtese de punho posicionada na posição neutra (“cock up”) usada durante a noite para alívio de curto prazo, medicamentos orais (diuréticos, gabapentina, anti-inflamatórios esteroidais e não esteroidais, piridoxina) e fisioterapia
  • Grau baixo: inclusão do uso diurno da órtese, programa combinado de órtese/alongamento; acupunctura; e fisioterapia

Cirurgia

O tratamento cirúrgico está indicado nos casos de falência do tratamento conservador e nos casos de síndrome do túnel cárpico severo.

Na cirurgia do síndrome do túnel cárpico, o médico especialista em cirurgia da mão efectua uma libertação do nervo mediano no canal do carpo através da abertura do ligamento transverso do carpo.

Actualmente, as abordagens menos invasivas são as técnicas de eleição para a descompressão do canal do carpo uma vez que permitem uma reabilitação mais rápida e menor dor no pós-operatório.

As complicações da cirurgia do síndrome do túnel cárpico são raras, mas as mais frequentes são a dor e a formação de aderências no local da cicatriz.

Recuperação  pós cirúrgica

O pós-operatório, na maioria dos casos, é simples e o tempo de recuperação muito curto, sendo possível o retorno ao trabalho entre as 2 e as 4 semanas e às actividades sem restrições entre as 6 e as 8 semanas após a cirurgia do canal cárpico.

O recurso a fisioterapia após a cirurgia do canal cárpico é aconselhável para uma rápida e eficaz a evolução.

Prevenção

A condição pode ser causada por tantas actividades diferentes que a prevenção pode ser difícil, no entanto deixamos alguns conselhos, como:

  • Dormir  e trabalhar mantendo os pulsos direitos
  • Manter os pulsos direitos ao usar ferramentas
  • Evitar flectir e estender os pulsos repetidamente
  • Diminuir a pressão repetitiva com o pulso em posição flectida
  • Descansar com frequência em actividades repetitivas
  • Realizar exercícios de aquecimento e alongamento antes e depois das actividades físicas
  • Monitorizar e tratar adequadamente as condições médicas relacionadas à síndrome do canal cárpico

Post Author: vivafisiosaude